Algumas semanas atrás o rabino da
sinagoga "Adath Israel" em Cleveland Park, Washington,
dedicou seu sermão do Sabbath ao centro
político e cultural judaico que está sendo
formado na América:
"Pela primeira vez na história dos Estados
Unidos", disse o rabino, "nós não sentimos
mais que vivemos na diáspora. Os EUA não tem
mais um governo de Goyim (gentios), mas uma
administração na qual os judeus são
parceiros com os mesmos direitos na tomada de
decisões em todos os níveis. Talvez os
aspectos da lei religiosa judaica conectados com o termo
"governo dos gentios"deva ser re-examinado, já que
este é um termo ultrapassado nos EUA".
De fato, até onde os judeus estão
preocupados, o presidente Bill Clinton contribuiu em
direção a uma real mudança na cara da
Administração, tendo concluído uma
série de mudanças que aumentaram o poder
judaico começando durante a presidência de
Reagan e seu Secretário de Estado, Schultz. É
verdade que a influência política judaica
também esteve evidente nos Estados Unidos nas
décadas passadas. Nós já vimos um
Secretário de Estado judeu, Kissinger, tendo a
confiança do presidente Richard Nixon, e houve
membros do ministério que eram judeus durante a
presidência de Carter. Entretanto, eles normalmente
eram as exceções justificando a regra.
Especialmente, judeus pios dificilmente eram escolhidos para
participar em trabalhos políticos envolvendo o
Oriente Médio.
A coisa agora mudou completamente e não apenas
quanto ao Oriente Médio. Por exemplo, a cada
manhã às 6 horas, vários carros de
pessoal vão do centro da CIA à Casa Branca com
oficiais graduados da comunidade da inteligência
americana, que estão prester a apresentar ao
presidente e aos quatro mais importantes do corpo
administrativo o PDB - President's Daily Briefing
[Informações do Dia para o Presidente]- o
termo para o relatório mais exclusivo em Washington.
O documento, que consiste de 5-7 páginas, é
freqüentemente acompanhado por fotografias
ultra-secretas enviadas pelo Pentágono. É
feito durante a noite pelor melhores especialistas da
Inteligência norte-americana, que analisam os
telegramas e relatórios chegando da rede mundial de
agentes da CIA. Contém as informações
mais sensíveis em relação a
acontecimento ao redor do mundo. O que o torna único,
em comparação com outros documentos da
inteligência americana, é o fato de que sempre
cita a fonte da informação, se a fonte
é exploração por satélite. Se
Clinton está em Washington, ele mantém uma
pequena discussão quanto ao conteúdo do
documento com cinco outros personagens: o Vice-Presidente Al
Gore, o Conselheiro da Segurança Nacional
[National Security Adviser] ("Sandy") Berger, e o
Conselheiro da Segurança Nacional do Vice-Presidente,
Leon Perth. Dois deles, Berger e Perth, são judeus.
Eles alcançaram posições extremamente
sensíveis quanto às políticas
norte-americanas. E eles não são de maneira
nenhuma exceções.
No Conselho de Segurança Nacional, 7 dos 11
funcionários mais importantes são judeus.
Clinton os designou para os pontos mais sensíveis das
administrações americanas da segurança
e do estrangeiro: Sandy Berger é o diretor-presidente
do conselho; Martin Indyk, o futuro embaixador a Israel,
é o diretor superior responsável pela Europa
Ocidental; Don Steinberg, diretor sênior e conselheiro
do presidente, é o responsável pela
África; Richard Feinberg, diretor sênior e
conselheiro do presidente, responsável pela
América Latina; Stanley Ross, diretor sênior e
conselheiro do presidente, responsável pela
Ásia.
A situação não é muito
diferente no escritório do presidente, que
está repleto de judeus: o novo Promotor-Chefe
[Attorney General], Aberner Mikve (agora trocado pela
judia J. Reno); o gerente dos programas e da agenda do
presidente, Ricky Seidman; diretor-chefe de pessoal, Phil
Leida; conselheiro econômico, Robert Rubin (agora
Ministro das Finanças); diretor da mídia,
David Heiser; diretor de pessoal, Alice Rubin; Ely Segall,
responsável pelos voluntários; Ira Mezina,
responsável pelo programa de Saúde. Dois
membros do Gabinete, Secretário do Trabalho Robert
Reich e o responsável pelos acordos internacionais de
comércio, Mickey Cantor, são judeus. Junto a
eles se encontram muitos outros funcionários judeus
importantes no Departamento de Estado, liderados pelo chefe
do Grupo de Paz no Oriente Médio, Dennis Ross, e
seguidos por muitos secretários adjuntos [deputy
secretaries] e ainda mais chefes de pessoal seniores
[senior secretaries chiefs of staff].
Um dos judeus mais interessantes do ponto de vista
israelense, e que quase não apareceu até
agora, é Rehm Emmanuel, conselheiro sênior de
Clinton encarregado de coordenar projetos especiais na Casa
Branca. Seu escritório se encontra ao lado do famoso
Salão Oval... Ele tem uma cara que parece mais
adequada para um turista israelense do que para um
funcionário superior na administração
dos Estados Unidos. "Você sabe, Rehm Emmanuel é
um nome que não pareceria estranho na lista
telefônica de Tel-Aviv", eu lhe disse. Um grande e
agradável sorriso apareceu em sua face. "Nosso nome
original é Auerbach. Nós abrimos as primeiras
farmácias em Tel-Aviv e Jerusalém..."
Rehm e seus dois irmãos receberam uma
educação judaica. "Talvez a coisa mais
intrigante que aconteceu comigo pessoalmente no ano passado,
desde que fui designado para Washington, foi o encontro com
a comunidade judaica organizada dos Estados Unidos. O melhor
lugar para vê-los como eles são, o lugar para
onde fui todo ano admirá-los, é a
convenção anual do grupo de pressão
pró-Israel AIPAC [American Israeli Political
Action Committee]. Este é o lugar para não
apenas sentir o pulso do envolvimento americano no Oriente
Médio, mas também onde senti que de alguma
maneira me ajuda a ignorar a profunda
preocupação inerente ao sentimento de
solidão de viver em um Estado localizado no
coração de tantos árabes hostis. Eu
sempre me perguntei qual era o valor da experiência
judaica na América do ponto de vista de Israel.
Será que a identificação com Israel
deriva de uma profunda sensação de um destino
judaico comum ou foi uma das armas da comunidade local de
conseguir poder para conseguir direitos verdadeiramente
iguais em uma sociedade diversa que inclui muitos emigrantes
e membros de várias religiões? O poder
judaico nos Estados Unidos é um fenômeno que
vai diminuir ou aumentar? Os casamentos mistos de judeus com
gentios estão ameaçando enfraquecer o poder
judaico nos Estados Unidos? Ou, como às vezes temo,
estão os judeus americanos construindo um novo centro
cultural judaico que irá competir com
Israel?
A sinagoga "Adat Israel" em Washington não
é apenas um local de adoração. É
um centro da comunidade judaica, com um famoso
jardim-de-ifnância judaico, um escola judaica com
judaísmo, literatura, cultura e, claro, aulas de
hebraico. Aos sábados acontecem sempre duas
sessões de rezas separadas. A primeira é a
maior, com centenas de fiéis, que termina com a
bênção à comida judaica deixada
sobre mesas. Seus membros pertencem ao créme de la
créme da sociedade de Washington:
funcionários superiores da
administração, advogados bem-sucedidos, ricos
homens de negócios. Todos são ricos... A taxa
de entrada na sinagoga é de 1.000 dólares po
um único feriado (dia santo). Mas a razão mais
importante porque rezam é porque sentem uma forte
conexão com Israel. A outra sinagoga competindo pela
jovem geração de judeus ricos está
localizada em Georgetown. Muitos funcionários judeus
da administração rezam lá. Eles
não tentam esconder sua religião mas fazem
esforço para mostrar seu judaísmo, pois isso
pode ajudar muito suas carreiras.
A enorme influência judaica em Washington
não se limita ao governo. Nos programas de
televisão populares estão judeus. Não
esqueçamos neste contexto a predominância
judaica nas instituições acadêmicas de
Washington. Com sua percentagem da população,
a influência judaica nos campos de segurança e
ciência, na indústria cinematográfica,
na arte e na literatura, só pode ser descrita como
imensa, com um crescimento correspondente do poder
judaico.
Rehm Emmanuel: "O Holocausto cria um senso de destino
compartilhado por todos os judeus. Os judeus devem agir para
tornar Israel forte para que o Holocausto não se
repita." Hoje, quando se fala em 51% de casamentos mistos, o
perigo de assimilação parece ainda maior, mas
examinando o fenômeno de perto se descobre que a
direção é a oposta. Será que
Israel realmente percebe que a uma distância de
miulhares de quilômetros existe um florescente centro
judaico que não apenas a admira e apóia, mas
que também sente um destino compartilhado:?
Não há dúvida sobre isso, especialmente
em assuntos que dizem respeito à existência de
Israel. Todos os funcionários da
administração Clinton que lidam com Israel:
Ross, Kurtzer, Indik e Miller sendo apenas um exemplo, podem
ter opiniões diferentes quanto à
solução desejada para o conflito
árabe-israelense, mas são judeus em tudo
que fazem. Também acreditam firmemente que os
interesses em comum entre os dois Estados (Israel e os
Estados Unidos) são fundamentais e de
duração permanente. É devido a esta
crença que eles deram uma grande
contribuição para o fato de que a
Administração Clinton ter adotado esta
visão nas relações Estados
Unidos-Israel.
Os muitos judeus na Administração Clinbton
podem não ter aparecido devido a um plano, mas seu
grande númeroi não se deve apenas à
sorte. O modo de vida americano apóia os
bem-sucedidos... Apesar do poder judaico na atual
Administração democrata ser tão grande,
existem também muitos judeus indo em
direção a posições de
liderança no Partido Republicano.
Clinton também foi informado por seus muitos
amigos judeus da memória perturbadora do Holocausto,
que ainda assombra os líderes da comunidade judaica
americana, e sobre a importância de apoio
contínuo a srael que é obrigatório
para os Estados Unidos.